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Hospitais de campanha: prevaleceu o bom senso

O bom senso prevaleceu: a Secretaria de Estado de Saúde do DF determinou o fechamento dos hospitais de campanha remanescentes, em Ceilândia e no Gama, e não vai reabrir o da PM e o do Autódromo. Com a baixa ocupação e gastos exorbitantes para a manutenção do funcionamento, essas estruturas são um sumidouro de recursos públicos ainda pior do que o Instituto de Gestão Estratégica da Saúde, o IGES. E, como o instituto, também cenário e meio de irregularidades sob investigação do Ministério Público e do Tribunal de Contas do DF.

No entanto, não podemos perder de vista que a epidemia não acabou. Por isso, é urgente que a SES regularize e faça estoques preventivos de equipamentos de proteção individual e de medicamentos (tanto para atendimento de pacientes com covid-19 quanto para qualquer outro tipo de ocorrência), garantir que haja respiradores disponíveis caso ocorra aumento de número de internações por infecção do coronavírus.

Até agora, por exemplo, a queixa da falta de reagentes para exames diversos não foi solucionada e já há algum tempo que estamos apontando essa situação. O mesmo ocorre com a limpeza e fornecimento de material de limpeza e higiene – até papel higiênico os servidores da Saúde estão levando de casa, porque faltam nas unidades de saúde. Agilidade e eficiência são fundamentais em todo momento na gestão da saúde, mais ainda na situação que nos encontramos.

Por garantia, também seria prudente realizar de imediato um concurso para contratações temporárias, mantendo um quadro de reserva para ser acionado no momento oportuno, em função da covid-19. E também um concurso para efetivos, em especial nas carreiras médica, de enfermagem, de auxiliares e técnicos em enfermagem, categorias que não foram contempladas no concurso anunciado recentemente e que são insuficientes nos quadros da Saúde do DF.

Também é necessário adequar a remuneração a ser oferecida a esses profissionais. A última contratação de médicos temporários, por exemplo, está sendo um fracasso, pelos baixos salários e falta de condições para o exercício profissional. Vi isso pessoalmente nas emergências dos hospitais do Gama e Ceilândia – exatamente onde se localizam os hospitais de campanha que estão sendo desativados. E o mesmo se repete nas demais unidades de saúde, tanto sob administração da Secretaria de Saúde quanto do IGES.

As equipes existentes estão sobrecarregadas e são insuficientes para o atendimento regular. Nem de longe serão suficientes para fazer frente a uma eventual terceira onda de covid-19.

Da mesma forma, tem que ser feito um plano de contingência para implementação imediata, para separar o fluxo de pacientes com covid-19 do fluxo de pacientes não-covid.

Quero acreditar que o monitoramento da pandemia está sendo feito adequadamente, porque isso pode ser outro fator determinante para um eventual aumento do número de infecções pelo coronavírus.

É fato que a vacinação aumentou e que, com isso, a disseminação do vírus diminuiu. Mas as aglomerações estão ocorrendo e tendem a aumentar com as festas de fim de ano, férias e carnaval.

A decisão do fechamento dos hospitais de campanha foi acertada, de fato, reafirmo. Mas isso aumenta a responsabilidade da Secretaria de Saúde do DF e do GDF em conter a verdadeira enxurrada de mortes evitáveis nos hospitais públicos do Distrito Federal. Todos nós devemos nos manter alertas, em especial as autoridades sanitárias. E que Deus nos proteja de uma terceira onda da pandemia da covid-19.

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