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Como a compra do Banco Master pelo BRB afeta você, servidor?

Como a compra do Banco Master pelo BRB afeta os servidores do DF

O anúncio, no final de março, da aquisição de parte do Banco Master pelo BRB é objeto de uma trilha de especulações e preocupações que se estende do Congresso Nacional, em Brasília, à Faria Lima, na capital paulista, onde se concentram as sedes das maiores instituições financeiras do país. E é um fato que afeta o servidor público do DF.

O Banco Master é conhecido por práticas temerárias no setor financeiro. Atua com taxas acima do mercado e operações de risco que podem comprometer o Fundo Garantidor de Créditos, mantido por todos os bancos do país. Além disso, está vinculado a empresas mal avaliadas e envolvidas em polêmicas no mercado.

A operação levanta suspeitas: não só pelas características do banco adquirido, mas também pela teia de influências políticas que envolve nomes do Executivo, Legislativo e Judiciário – de diferentes espectros ideológicos. Do lado do BRB, o negócio também causa ruído: parlamentares, como o senador Omar Aziz (PSD-AM), já questionam a existência do Fundo Constitucional do DF. A lógica é perversa: se o DF tem bilhões para comprar um banco privado, então estaria “sobrando dinheiro”, o que põe em risco esse recurso vital para a manutenção dos serviços públicos no DF.

E por que tudo isso importa para você, servidor?

Porque parte do patrimônio do Iprev-DF — o fundo de previdência dos servidores — está investido em ações do BRB. Ou seja, se a operação com o Banco Master desvalorizar o BRB, as aposentadorias futuras podem ser diretamente afetadas. Isso pode até abrir espaço para um novo aumento na alíquota de contribuição previdenciária.

Outro ponto crítico: o BRB concentra boa parte das dívidas dos servidores. Se o banco passar a operar com lógica puramente comercial — e não mais como banco de fomento —, os juros sobre esses empréstimos podem se equiparar aos do mercado tradicional, dificultando ainda mais a vida de famílias endividadas.

O Ministério Público já entrou com ação contra a compra, apontando que ela não teve aval dos acionistas e nem autorização da Câmara Legislativa. Mesmo assim, o valor das ações do BRB subiu após o anúncio — uma reação de mercado que não apaga as incertezas e riscos da operação, que ainda precisa de aprovação do Banco Central e do Cade.

Assim como os polêmicos patrocínios ao Flamengo e à equipe BWT Alpine na Fórmula 1, essa aquisição levanta dúvidas: será que ela atende aos interesses da população do DF — ou à expansão da influência política do governador, que sonha com uma vaga no Senado?

É hora de discutir, com seriedade, qual é a real vocação do BRB. O banco deve servir aos interesses do povo e dos servidores — não aos de projetos pessoais. Afinal, quem paga a conta, no fim das contas, é você.

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