A população do Distrito Federal continua enfrentando dificuldades para conseguir atendimento médico nas emergências, UPAs, UTIs, enfermarias e no SAMU. Diante desse caos, o Governo do Distrito Federal (GDF) se esquiva de dar uma resposta objetiva à demanda e tenta colocar a culpa na greve dos médicos. Mas a verdade precisa ser dita: se está faltando médico, a culpa é do GDF!
Vamos aos fatos. Desde o início da greve dos médicos, em 3 de setembro, o SindMédico-DF deixou claro que médicos desses setores essenciais — emergências, pronto-socorros, UPAs, UTIs, enfermarias e SAMU — não parariam. Publicamos uma orientação detalhada sobre quais serviços médicos não poderiam ser interrompidos, em respeito à saúde da população. Não interrompemos o atendimento dessas áreas nem por um dia sequer. Essa é a verdade.
No entanto, a narrativa que o GDF tenta vender é outra. O governo quer fazer com que você acredite que a falta de médicos é culpa da greve. Mas a verdade é que a crise na saúde pública do DF vem de muito antes da paralisação. Os problemas são estruturais, antigos e, sobretudo, resultado da inércia e falta de compromisso da atual gestão do Buriti!
Por que falta médico nas emergências e UTIs? A resposta é simples: porque o governo do DF não está fazendo sua parte. Não houve contratação suficiente de médicos, as condições de trabalho são precárias, e a sobrecarga dos profissionais que continuam trabalhando é insustentável. Enquanto o GDF fala em aumento salarial de 18% para os servidores da saúde, a realidade é outra: essa parcela só será paga em 2025. Ou seja, o governo se utiliza de meias verdades para confundir a população.
E o que tem feito o governo? Até agora, completados 14 dias de greve, nenhuma contraproposta foi apresentada nas negociações com os médicos. Ele sequer menciona a real situação caótica do Sistema Único de Saúde (SUS) no DF, que segue sem médicos, sem estrutura e sem planejamento para resolver o problema.
As filas gigantescas nas emergências e a falta de atendimento adequado têm se tornado a rotina de quem depende do SUS no DF. A população não deve se deixar enganar: o caos na saúde pública não é responsabilidade dos médicos que estão em greve. O caos é resultado direto da má gestão do governo: a saúde, evidentemente, não é uma prioridade.
Números revelam a verdade
Hoje, o déficit na saúde pública do DF é 25.133 profissionais – e não apenas médicos. Ou seja, 45,5% dos cargos nas unidades da rede estão vazios. Pacientes que, outrora, conseguiam atendimento nos hospitais da Capital, agora recorrem a outros estados do País para darem continuidade a tratamentos: inclusive no Entorno. Mas isso o GDF não fala.
Estamos ao lado da população Os médicos do DF, mesmo com todas as dificuldades e condições adversas, não pararam de atender os casos mais urgentes. Temos plena consciência da nossa responsabilidade com a saúde pública e com a vida das pessoas. Nossa luta é justa e é, acima de tudo, pela melhoria da saúde pública.
Se você está esperando atendimento e não há médico disponível, não é porque nós abandonamos você. É porque o governo não fez sua parte. Quem faz greve de gestão, há anos, é o GDF.
O SindMédico-DF, junto aos médicos que continuam lutando por melhores condições de trabalho e por um sistema de saúde digno, reafirma seu compromisso com a população do DF. Não nos deixaremos enganar pelas tentativas de manipulação do GDF. Continuaremos lutando por todos nós, por uma saúde pública que funcione de verdade.