Está aberta a temporada de prevenção à dengue no DF. Isso mesmo. Após a grave epidemia que ocorreu, chega o momento de pensar no próximo verão. E, para combater efetivamente o mosquito responsável pela doença, o Aedes aegypti, as ações começam agora, no período de seca no Distrito Federal. Por isso, quero convidar você, cidadão, a se juntar a nós na cobrança e na fiscalização para que isso ocorra de fato. Não queremos, mais uma vez, enfrentar uma epidemia de dengue como a deste ano. Por isso, a hora de o Governo agir é agora! E é preciso que estejamos atentos.
Para começar a prevenção à doença, é necessária a contratação de Agentes de Vigilância Ambiental (AVAS) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Em março deste ano, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) recomendou que a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) nomeasse 2.398 agentes comunitários de saúde e 832 agentes de vigilância ambiental em saúde. E isso não foi feito. Segundo dados do próprio governo, foram contratados 141 agentes de vigilância ambiental neste ano e a Subsecretaria de Vigilância à Saúde tem 505 servidores ativos: nem todos AVAS.
Mas, além da contratação de pessoal, é fundamental o treinamento adequado desses agentes, para que possam atuar com eficácia na prevenção e no controle do vetor da dengue. É necessário também adquirir Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para garantir a segurança desses profissionais durante suas atividades. Mas, até aqui, mesmo diante da epidemia mais grave dos últimos anos, o que tenho visto são apenas medidas paliativas.
Recentemente, a Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou o Projeto de Lei nº 1053/2024, que institui um protocolo de gestão de crise para o enfrentamento de doenças sazonais no DF. De acordo com essa lei, medidas preventivas específicas para a dengue incluem a aquisição de vacinas, repelentes, testes rápidos, fumacê e a contratação de tendas ou hospitais de campanha para atendimento da população. Porém, percebe-se: essas são só medidas de combate.
Por outro lado, o Distrito Federal possui um Plano para Enfrentamento da Dengue e Outras Arboviroses (2024-2027). Você sabia? No documento, são detalhadas ações para reduzir a morbidade e mortalidade por arbovírus e promover uma resposta rápida diante do aumento de casos. O plano também busca adotar medidas intersetoriais, analisar territorialmente as necessidades e deficiências dos serviços de saúde e monitorar dados ento-epidemiológicos. Queremos saber: isso está acontecendo na prática?
É importante que o GDF mostre de forma transparente as ações que estão sendo realizadas agora para evitar um aumento significativo nos casos de dengue. Neste ano, vale salientar, tivemos a maior epidemia de dengue do DF. O aumento foi de 1.580,1% no número de casos prováveis em residentes no DF, comparado ao mesmo período de 2023. E foram mais de 235 mortes pela doença! Isso não é aceitável.
O Governo do Distrito Federal (GDF) não pode continuar investindo apenas no combate depois que a epidemia se espalha. É preciso mais do que medidas paliativas. A população precisa (e quer) ver resultados concretos e eficazes para o controle da dengue. Por isso, a cobrança e fiscalização por parte de todos são essenciais. O GDF tem que cumprir com suas obrigações.
Em julho, deve-se começar o levantamento da população do mosquito e testes para identificar a cepa da dengue em circulação. Com visitas e colocação das ovitrampas: sistema que simula o ambiente ideal para a procriação do Aedes aegypti. O tempo está passando. E até aqui, ouvimos falar muito em tendas de combate – já desativadas. Pouquíssimo (ou nada) sobre prevenção! Está na hora de cobrarmos. Porque medidas paliativas, já sabemos, não resolvem o problema.