Há quatro anos, percorri muitos lugares pelo Distrito Federal para falar sobre a minha candidatura a deputado distrital. Antes disso, em 2014, fiz o mesmo. Hoje, novamente sou candidato a uma das 24 cadeiras na Câmara Legislativa e estou, diuturnamente, caminhando pelo Distrito Federal, conhecendo novos lugares e pessoas. Sabe o que eu percebi nesses oito anos? Além de outras questões, talvez mais visíveis e faladas – inclusive pela imprensa -, pouco ou quase nada foi feito em termos de acessibilidade e inclusão para os moradores da Capital com deficiência. E isso, meu amigo (a), também está no pacote do que chamamos de saúde para o cidadão.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), qualidade de vida é “a percepção” do indivíduo” de sua inserção na vida, no contexto sociedade. Isso inclui, entre outras coisas, mobilidade, educação, saneamento básico, saúde e cultura. É uma extensa lista que faz com que você, e também eu, nos sintamos incluídos na sociedade de maneira digna. Eu também costumo dizer que qualidade de vida, na verdade, é saúde: de maneira integral.
Pesquisa recente, realizada pela Codeplan, aponta que o Distrito Federal tem 70.556 habitantes com alguma dificuldade de locomoção. Isso equivale a 2,4% da população da nossa capital. E não, não é uma porcentagem baixa, levando-se em conta o tamanho do DF. Neste cenário, a obviedade da necessidade de investimento em acessibilidade grita. No entanto, não é preciso ir longe para ver que as pessoas com deficiência são ignoradas por recorrentes governos, inclusive o atual.
Avenidas principais revelam falhas em acessibilidade
Na W3 Sul, por exemplo, as calçadas são perigosas até para quem não possui nenhum tipo de deficiência. Há buracos, há desníveis e boa parte delas não tem rampas de acesso. A mesma coisa acontece na W3 Norte e em diversas outras avenidas do Plano Piloto, incluindo a L2 Sul, onde fica localizado o Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais.
Segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência, esses cidadãos têm direito ao trabalho, educação, lazer e principalmente à saúde. Dentro disso, cabe salientar, ganha força no Brasil, ano a ano, a visão de que deficiência não é um problema de indivíduos ou exclusivo da área da saúde, mas da estrutura social. Ou seja: mobilidade, acessibilidade, empregabilidade e inclusão devem ser pautas prioritárias das gestões públicas.
Quem me conhece sabe que não sou de promessas. Muito menos as vãs. Mas, assumo e cumpro compromissos. Há anos, a pauta das pessoas com deficiência me preocupa. Porque, prioritariamente, estamos falando de saúde. Por isso, a minha candidatura a deputado distrital é, também, sobre isso: lutar pela qualidade de vida dos cidadãos com deficiências. Não tem como pensar e criar projetos para a saúde sem fazer da inclusão, no seu sentido mais amplo, uma garantia.
Não existe qualidade de vida sem a promoção igualitária de direitos!