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Discurso e realidade da campanha de vacinação contra a covid-19 no DF

Ampliar a vacinação contra a covid-19 significa imunizar a população? No DF, infelizmente, a resposta para essa pergunta é não. A distância entre o discurso da Secretaria de Saúde e a prática é gritante. A começar pela abertura de novos grupos. Abrem-se as vagas e em dez minutos já estão todas preenchidas. Nos postos, também não há orientação. A desorganização é generalizada. Na narrativa, as pessoas estão sendo devidamente vacinadas. Na prática, muda a idade e há uma legião de pessoas que fica para trás e não consegue agendar a imunização.

Agora, a promessa do governo local é começar, assim que receber novas doses, a vacinação de pessoas a partir de 30 anos. Atualmente, no critério por idade, a campanha de imunização na capital federal contempla pessoas com 41 anos ou mais, mediante agendamento. No entanto, como as vagas para vacinação, por idade, esgotam-se rapidamente. Há relatos de diversos cidadãos que já deveriam ter sido vacinados, mas não conseguiram sequer entrar na fila.

Ou seja, estamos falando de uma imunização real ou pró-forma?

Hoje, o DF está em 19º lugar no ranking de vacinação do Brasil. Atrás de estados como Rio Grande do Sul e São Paulo, com populações muito maiores. Por aqui, apenas 35,7% da população foi vacinada com a primeira dose. Enquanto no Rio Grande do Sul, 47,3% dos cidadãos foram imunizados. Importante salientar aqui que há a ameaça, quase confirmada, da chegada de novas variantes Delta e Gama. Ou seja, caso a vacinação não seja acelerada, o cenário será de uma terceira onda.

Até a quinta-feira (15), o DF registrava 9,4 mil mortes por covid-19 e cerca de 440 mil casos confirmados da doença. Com a provável chegada da terceira onda, caso a vacinação não seja ampliada e levada a sério, tanto o número de infecções quanto de mortes deve ser acelerado. A variante Delta, mais transmissível e que reduz a eficácia da primeira dose das vacinas, indicam especialistas, em breve será predominante no mundo inteiro.

Outra promessa da gestão é diminuir o intervalo das vacinas. No entanto, sem novas doses e organização na distribuição e aplicação dos imunizantes, não adianta anunciar isso ou aquilo. O que vai mostrar a eficácia da vacinação é a vacinação em si e não a narrativa. É a população conseguir ter acesso às vacinas, desde o agendamento até o posto de saúde. Minha sincera preocupação com oque estamos vendo no DF é o fato de que as faixas etárias estão passando uma por cima da outra sem, efetivamente, imunizar a todos.

Como afirmei em outras ocasiões, ainda não há estudos conclusivos sobre o período de imunização pós-vacina. Já pensou se, no fim do ano, for necessário vacinar aqueles que foram imunizados em janeiro? São muitas as questões que envolvem a necessidade de agilidade na campanha de imunização contra o novo coronavírus no DF. A covid-19 ainda é uma doença em estudo. Muito ainda precisa ser descoberto sobre o vírus. E, até lá, a única coisa que sabemos é: as vacinas protegem.

E você, que tem a oportunidade de ser imunizado, lembre-se: vacina boa é a que está disponível! Escolha viver. Vacine-se.

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