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GDF e empresa contratada ameaçam calote em profissionais de Saúde

Adivinha? As denúncias “tão” no grau! Depois da novela da falta de insumos, do suposto esquema de superfaturamento em testes rápidos, da doação de EPI’s a outros estados etc., entramos, agora, numa nova fase – ainda em plena pandemia: a do atraso de pagamentos aos profissionais de Saúde dos hospitais de campanha do Distrito Federal. E, como sempre, temos o performático toma lá, dá cá. A empresa contratada, a baiana Associação Saúde em Movimento (ASM), afirma que depende dos repasses da Secretaria de Saúde (SES-DF) para a manutenção do contrato. O órgão, por sua vez, nega.

Os atrasos, de acordo com as denúncias, referem-se aos serviços nos hospitais de campanha da Polícia Militar, de Santa Maria, do Gama e Hospital de Base. Isso significa que aproximadamente mil profissionais de Saúde estão com os salários atrasados. Já imaginou? Você, na linha de frente, tratando pessoas com covid-19, enxugando gelo na pandemia (ainda com a vacinação a passos lentos), com o honorário em atraso? E tem mais: há, ainda, nos relatos feitos ao SindMédico-DF, a reclamação de que até o contrato foi “bagunçado”: em alguns casos não teve e, em outros, a empresa não assinou.

Agora, para investigar esses atrasos, a Comissão Especial da Covid-19 no DF, após denúncia do SindMédico ao Ministério Público do Trabalho (MPT), enviou um ofício, nesta semana, ao MPT, para pedir explicações da situação. Porque é inadmissível que as pessoas que salvam vidas na pandemia não sejam pagas pelo serviço que prestam à sociedade, incluindo benefícios e recolhimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Mas, a empresa terceirizada responsável (ASM) pelos pagamentos (junto ao GDF) se defende. Ela afirma que o último repasse feito pela SES-DF foi em maio, no valor de R$ 11.672.394,00: para pagamento dos gastos dos meses de fevereiro e março. Ou seja, abril e maio não foram quitados. Enfim. O fato é que a história é longa e o verdadeiro prejudicado, como sempre, é a população: tanto profissionais da ponta quanto pacientes, que dependem do funcionamento destes hospitais para terem atendimento.

Essa situação, só para deixar claro, é a mais recente no DF envolvendo toda essa questão da terceirização, que é um problema. E, vale salientar, o GDF é corresponsável pelo cumprimento da legislação trabalhista nesses casos.

No passado, tivemos outros cenários semelhantes com empresas terceirizadas. É mais recorrente do que se sabe. Por isso, quero aproveitar este espaço para salientar o que digo há anos: terceirizar é antônimo de direito à Saúde. É preciso ficar atento. E cobrar que, em vez de privatizar e terceirizar, o Estado faça sua parte como gestor da Saúde Pública.

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